terça-feira, 3 de março de 2009

Alice não mora mais aqui!

Queridos e queridas visitantes,

Decidi mudar o blog de ferramenta. Optei por uma que irá me possibilitar mais recursos e uma interface melhor de trabalhar. Também resolvi unir os dois blogs que eu vinha mantendo, este e o Estação de Sonho, criando um só, que traduz o meu ser e estar no mundo: uma mistura de literatura, crônicas do cotidiano, o encanto da vida real, a magia da ficção, pitadas de uma autobiografia... Infelizmente, não tenho como migrar o conteúdo do Blogger para o Wordpress, por algumas incompatibilidades técnicas. Fiz todas as tentativas, mas não deram certo. Minha versão do blogger não é atual e isso dificultou as coisas. Portanto, de agora em diante, começarei um trabalho de formiguinha, migrando pouco a pouco meus textos, fotos e links para a página nova. A lista de blogs e a apresentação do novo projeto estão concluídos. Aviso que linkei todos vocês no novo blog, pois não vivo sem as suas palavras. Para não perder os comentários maravilhosos que postaram neste espaço, dividindo comigo ideias e visão de mundo, não irei desativar as páginas do blogger, só não irei alimentá-las mais. Quem quiser continuar acompanhando minha produção na rede, está convidado a visitar o Mar de Histórias

domingo, 1 de março de 2009

Blogosfera, poesia e livro de terror

Da série, crônicas de um fim de semana de repouso

SÁBADO:

- Dia dedicado a estudar a blogosfera pelo avesso e direito. Leitura e fichamento de texto acadêmico é castigo divino, com certeza, mas há certos castigos que nós mesmos nos impomos, seja por necessidade ou até por masoquismo. No meu caso é fome. Ainda não saí da idade dos porquês.

- Que bom que não tinha sol. Fevereiro anunciava março e suas nuvens carregadas da chuva que lava o verão da memória.

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Na fronteira entre ontem e hoje segui uma dica de leitura de mytreusis. Sorria e Morra é o titulo sugestivo que abre a série Goosebumps (calafrios!). "Terror infanto-juvenil mamãe, nem assusta!". Quem disse?! Experimenta ler à meia-noite, numa sala vazia, na casa onde todos dormem. Mais cedo, minha mãe jura que ouviu um livro sussurrar.

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DOMINGO:

- Acordar ou não acordar, eis a questão! Acordei, havia um verso martelando o juízo e nem adiantava ignorá-lo e virar para o outro lado... Postei aqui na Estação de Sonho, o blog que tem cor de areia do mar.

- No Conversa de Menina, escrevi um perfil para revelar bell hooks.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Pela boca de Dionísio

Resgatei a antiga paixão por vinhos, tirei a poeira de velhos escritos...Que saudades que eu tenho, da aurora da minha vida de repórter, embora também seja feliz, comendo o pão que os repórteres amassam, na lida diária de editora. Mas, nostalgia é o estado de espirito que afeta apenas aqueles que tem boas lembranças para compartilhar. Falei pela boca de Dionísio, lá no Conversa de Menina.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Redescobrindo o universo


Exercício de Ciências. Tarde nublada. Calor abafado no quarto. Uma letra muito redonda e bonita no caderno explica a origem do universo:

- Qual a diferença entre a teoria do Big Bang e a do estado estacionário?

Google, revistas Ciência Hoje da década de 80 ("essas aqui são do tempo em que eu estava na escola"), explicações, digressões, nos perdemos em citações, recuperamos o foco, resposta no caderno.

- Pesquisa aí o que é galáxia...

- "Aglomerado de estrelas, cometas, planetas, poeira cósmica e gases..."

- O quê é aglomerado?

- Um amontoado, várias coisas juntas...

- Aahh, mais uma palavra para o meu vocabulário

- Nossa galáxia é a via láctea. Os antigos a chamavam de "caminho de leite"

- Por quê?

- Porque, diz a lenda, que quando estava sendo amamentado, Hérculos apertou o seio de sua mãe e o leite se esparramou, formando um caminho para as estrelas.

- Bonito isso, vou anotar aqui!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Algumas considerações finais sobre o Carnaval

1 - Que bom que acabou!

2 - Descobri que é possível acordar de ressaca sem ter bebido uma gota de álcool ou consumido qualquer outro tipo de aditivo, exceto chocolates. Ressaca de sono deve ser tão ruim quanto ressaca de cachaça. Atenção às sensações: cabeça pesada, tontura, moleza no corpo, gosto ruim na boca (até água fica esquisita), entorpecimento...

3 - A cidade ontem deserta e deprimida, hoje acordou barulhenta pra caramba. Tem uma fábrica embaixo da minha janela e dois canteiros de obras nas cercanias do prédio onde eu morro. Parem as máquinas, pelo amor de deus!

4 - Acabo de me lembrar que em meio aos plantões momescos, esqueci completamente de fazer o dever de casa!! Preciso definir o meu objeto de estudo e escrever uma apresentação...se é que vocês me entendem. Se não entendem, sem problemas, hoje o dia tá confuso como em toda Quarta-feira de Cinzas que se preza.

5 - Daqui a pouco tem o bom e velho plantão de corujinha da meia-noite. Nada como o conforto da rotina para ajudar a aclarar as idéias.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A vida na cidade off Carnaval


Costumo admirar a cidade em dias de feriado. Mais até, como já declarei de outras vezes, sinto-me dona das ruas. Desfruto o poder de andar pelas calçadas sem esbarrar em ninguém, deserto de concreto, entregue à contemplação. Mas a solidão da cidade off carnaval não é contemplativa, é mais triste, talvez porque seu oposto, a cidade da folia, alguns quilômetros e viadutos à frente, seja alegre demais. A felicidade fake do Carnaval, com seu colorido berrante e os trios ensurdecedores, como se gritassem EI, É PROIBIDO FICAR TRISTE PELOS PRÓXIMOS SEIS DIAS, embotam e contaminam as ruas desertas da cidade off carnaval.

Desço uma ladeira, em direção ao plantão, ninguém nas ruas. O vigilante de uma obra me dá boa-noite e deseja bom trabalho, sinto um suspiro em sua voz. Resignado em ganhar o pão, não participa do espetáculo lá na outra cidade, as contas se pagam nessa. Ao atravessar o estacionamento de um grande supermercado, que me serve de atalho para alcançar o ponto de ônibus, mais rostos anônimos e dolorosamente tristes empurram carrinhos de compras. São os excluídos da folia. Ou paga-se o abadar, ou compra-se o almoço da semana, lembro de Cecília Meirelles e do eterno dilema que nos cerca, ou isto ou aquilo, eterno estado de escolha da condição humana. Poderiam sair fantasiados de pipoca, os tristes rostos resignados que vejo, mas o risco da cotovelada na costela, do soco no olho, quiçá de uma facada, não vale a pena.

Na rua onde trabalho, luzes só as pálidas penduradas nos postes. São um pouco mais brilhantes no prédio do jornal. A avenida de grande movimento em dias comuns, entrega-se à modorra de um feriado em que somos todos obrigados a gostar de foliar. Um carro para ao meu lado, o motorista, sotaque de fora da Bahia, pede orientações sobre como chegar na Barra. Indico as vias tortuosas que ele vai ter de percorrer, verdadeiro labirinto de vielas pasmacentas. O coitado queria viver cada segundo de festa, mas está hospedado na cidade off carnaval. Com suas ruas desertas, convertidas quase todas em mesma paisagem, essa cidade de tristeza não abre suas fronteiras com facilidade para aqueles que desejam escapar para a outra, aquela que brilha com as cores de Momo.

Respiro o ar deserto da cidade off carnaval e entro na redação, para viver o simulacro de festa que o plantão me reserva. Tédio profundo, mas agora só falta um dia.

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O impacto da cobertura do quinto dia de folia foi reduzido a cena de uma mulher, completamente nua, dançando um pagode de letra grotesca sobre um trio elétrico. Aquilo me falou tão fundo na condição de fêmea, que apelei para bell hooks e escrevi esse desabafo aqui, no Conversa de Menina.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Quarto dia - and the oscar goes to...


A melhor coisa do quarto dia de Carnaval, acreditem, foi a cerimônia do Oscar. Quem quer ser um milionário? comprovou o favoritismo. Quando o oba-oba em torno do filme terminar, eu assisto e tiro minhas próprias conclusões. Embora Danny Boyle seja um nome para se levar em consideração, mesmo que até hoje eu não tenha me dignado a assistir Transpoiting. Tem o DVD aqui em casa há séculos, mas eu não assisti ainda. Tenho umas birras próprias. Lá um dia eu pego e assisto. Na prateleira de Bobbie também tem Pornô, o livro que dá continuidade a história de Transpointing, mas o rosa berrante da capa me assustou um pouco. Não é o número um da minha lista de coisas para ler. Lá um dia, quem sabe, pego e leio.

Entre um trio e outro, de esquelha, dava uma olhadinha na cerimônia na TV da redação. Pincei algumas cenas de Hugh Jackman revivendo seus dias de Broadway e Beauty and the beast, musical que o tornou famoso na Austrália. "O homem mais sexy do mundo" (a culpa provavelmente é do Wolverine), me parece, conseguiu conduzir a cerimônia de maneira digna.

Embora, o excesso do glamour do musical tenha me dado a impressão de que a premiação do Oscar virou um grande palco para Hugh mostrar que sabe cantar e dançar. Fiquei tentando ler as expressões dos outros atores. Deve ser meio difícil agradar uma plateia majoritariamente de colegas de trabalho. Mas o menino Jackman literalmente suou o smoking. A propósito, gosto dele, mas aconselho que risque Austrália (o filme) do currículo.

De qualquer forma, Hollywood fez mais uma sessão de mea culpa, dando um oscar honorário para Jerry Lewis. Bons tempos o da minha infância, quando a barriga doía de tanto rir das tiradas do ator.

Sean Penn, esse sim, o homem mais sexy do mundo, faturou a estatueta de melhor ator por Milk e de quebra pediu a legalização do casamento gay. Há quem se irrite com o engajamento de Penn em prol disso e daquilo, mas atenção puristas, arte pela arte é balela e Oscar Wilde (que Deus o tenha em bom lugar) está morto.

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Aaaah, o Carnaval? Teve trio elétrico, os mesmos artistas de sempre, as mesmas brigas de sempre, que pioram ano após ano com o confinamento da pipoca...continuo na contagem, faltam dois dias! Amém.