quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Fragmentos de um dia quase natalino

Notícia de Jornal

Começou a dança de ratos para o aumento da passagem de transporte coletivo em Salvador. O SETPS (sindicato dos donos das empresas de ônibus) pede o aumento, o prefeito finge que não dá. Faz discurso, um escarcéu, "o povo não merece pagar essa conta, vamos fazer um estudo para desonerar o transporte". O estudo é prometido há séculos e não sai do papel. Em 01 de janeiro, o cidadão que prepare o bolso. Ano novo, tarifa nova.

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Um plantão voyerizando Sarkozy e Bruni


Falta de notícia na véspera do natal dá nisso, um plantão de sete horas dentro de uma redação esperando flashes das férias de Sarkozy e Carla Bruni em Itacaré. Que a imprensa cubra a Cúpula Brasil-União Européia vá lá. Do encontro de tantos presidentes, ministros e secretários pode sair algo que preste. Eu duvido, mas...Só não entendo é porque cobrir as férias do presidente francês com sua esposa de parar o trânsito. Fotógrafos pensam em flagrar Bruni de topless? Jornalistas querem escrever sobre o que Sarkozy comeu no café da manhã? Se era para dizer que a Bahia recebeu a visita de um presidente europeu, uma nota bastava. O único beneficiário desse "esforço de cobertura" será o resort onde o casal presidencial francês descansa os ossos e a pele do sol tropical (mais ardido que o da Riviera Francesa, aposto). Terão de inventar um superlativo maior que exclusivíssimo para o tal hotel encravado no meio de uma reserva de mata atlântica, essa sim, artigo raríssimo.

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Para não perder o dia de todo

A leitura é Alice no País das Maravilhas. Conto de Natal também serve, Dickens é sempre Dickens.

Para ouvir, recomendo Loreena Mckennitt - live in Paris and Toronto. Ganhei de um amigo que adora gastar dinheiro comigo, quando eu, em período de franciscano voto de pobreza, não comprei presente de Natal pra ninguém.

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Uma grande descoberta!

Eu e Saramago já morremos. Perfeito descobrir que neste mundo, apesar da fênix ser ave rara, tem companhia. Há um ano, José Saramago morreu por nove horas. Eu tenho exatos seis natais de ressurreição.

2 comentários:

turbina de ideias disse...

São as velhas caravelas chegando do velho mundo e os índios na praia observando, Andreia.

Ari Donato disse...

Ainda padeceremos muito até que a Imprensa Baiana tenha personalidade própria, capaz de fugir da curiosidade popular e se voltar para o fato. Ainda somos provincianos; mais aqui no Nordeste e menos no Sul, mas somos. O interessante é que em todos os debates, seminários, conversas e estudos, falamos nisso...todo dia.