quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ensaio sobre a confiança

Minha mãe me ensinou desde criança que confiança é uma árvore cujas sementes demoram anos para germinar, muito esforço para crescer e fincar raízes sólidas e um pezinho de vento de nada para desabar. É uma pena que a confiança, uma palavra de sonoridade tão forte, tão densa, tão aparentemente rígida e indestrutível, quebre mais fácil que pedra da lua.

Certa vez, tentando comprar um anel (de pedra da lua), deixei cair no chão três vezes. Só quebrou na terceira. Paguei o prejuízo ao vendedor. Já a confiança, se abala na primeira queda. É pena. Lamentável que o som de con-fi-an-ça, soe falso ao primeiro tremor de voz. Dói pensar que anos de investimento se esvaem como fumaça.

Comprei outro anel de pedra da lua, que ainda não quebrou. Quem sabe, com a confiança não acontece a mesma coisa e ela renasce de caquinhos esfarelados. O único problema é que demora. Há que se conseguir outra rara semente, plantá-la, regar dia após dia, esperar que o tempo lhe permita crescer e fincar raízes profundas, mas ainda assim frágeis.

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