terça-feira, 14 de outubro de 2008

Vivo uma trilha sonora escrita pelo R.E.M


Da série, reminiscências

Faço parte da geração que tinha em Losing My Religion um hino. O engraçado é que a música dos meus 20 anos soa tão atual. Ainda me sinto "perdendo a paciência". O mundo está "destruindo-se ao redor dos nossos ouvidos", como sabiamente canta Mike Stipe em Radio Song, mas eu levo fé nessa "gente brilhante e feliz". Pensando bem, shiny happy people rende um belo toque de celular, hummm...

Tem dias que gostaria de ser tão louca quanto o Andy Kaufman. A loucura dele vinha do gênio (de brilhante, não de mal-criado. Tudo bem, ele era meio mal-criado, mas uma coisa não exclui a outra. Chaplin devia ser deliciosamente mal-criado, como todo ariano, e era um gênio, isso é fato). Man on the moon, a vida de Andy Kaufman by Mike Stipe, combina com as saídas do trabalho e as longas caminhadas em direção ao ônibus mais próximo. Engraçado que sempre penso no Charlie (Chaplin) quando ouço essa música.

As letras do Stipe não são das mais fáceis, admito, mas daí a um ex-namorado ter dito certa vez que as músicas do R.E.M são herméticas, é um exagero que atribuo ao choque de gerações. Não é fácil namorar alguém de 50 quando se tem menos de 30, soa quase como incesto.

Já ouvi também dizerem que todos os acordes do R.E.M tem sons parecidos, menos para mim. Ouço incansável a música dos meus 20 anos e descubro dia após dia que a minha biografia, escrita pelos versos de Fernando Pessoa, tem trilha sonora na voz de Mike Stipe.

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