Da série, notas de uma auto-biografia
Pessoas podem ser lidas como livros. Algumas são de leitura fácil, transparentes, praticamente conduzem o leitor para dentro da própria alma. Outras são indecifráveis, escritas em forma de hieróglifo, insondáveis, até mesmo dissimuladas, você pensa que leu uma coisa, mas é outra diferente. Me julgo capaz de ler bem as pessoas, me preocupo em ser justa, em reconhecer qualidades e talentos, mas não sou condescendente com erros ou desvios de caráter, não sou dada ao perdão. Perdão e justiça são palavras separadas por muitas páginas no dicionário. Ser justo, até com inimigos, não significa que se perdoou ou esqueceu mágoas antigas. Queria ter a memória etérea dos peixes dourados, mas creio que tenho a memória eterna dos elefantes. Pessoalmente, acredito que faço parte da categoria de gente que é fácil de ser lida. Leram-me por esses dias, por dentro e por fora, reviraram as páginas de minha alma, extrairam tudo o que precisavam saber de mim e foi uma experiência boa. O retorno que tive dessa leitura tão intensa foi melhor do que eu esperava. As criticas foram pertinentes e creio que vão me ajudar a crescer. Os elogios foram sinceros, pareceram sinceros, ao menos foram justos e coerentes. Ser reconhecido sempre faz bem, eleva a auto-estima, massageia o ego. Sou do tipo que não gosta de levar broncas, mas tenho aprendido a filtrar cada uma delas, extrair o que está por trás de uma fala zangada ou até de palavras que a primeira vista parecem duras. Como diria minha mãe "certas coisas são para o nosso bem", ser lida como um livro me fez um bem imenso.
Um comentário:
O bom de sermos lidos é que, de fora, quem lê, nos interpreta da forma que nos mostramos ao mundo, e não da forma que achamos que nos mostramos ao mundo... é um ângulo diverso, um olhar diferente... e que bom que a interpretação foi justa... a injustiça é dolorosa demais...
Alane.
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