E um belo dia, a gente cresce. Aquele amigo caçula do cursinho de inglês, com quem você falava de música, quadrinhos e cinema, agora é um dos melhores amigos da sua irmã mais nova. No quarto ao lado, o amigo crescido e também a namorada jogam conversa fora, riem alto, têm afinidades com os quadrinhos, filmes, músicas e brinquedos da sua irmã. Que dúvida shakespeareana: falar ou não falar, eis a questão? Vou lá e digo oi, tudo bem, quanto tempo e blá blá blá? Decido ficar na minha e entendo que amadurecer é abrir mão de vários vínculos ao longo da trajetória, senão é impossível criar laços novos. Aos 15 era de um jeito, aos 34, de outro completamente diferente. A começar pelo fato de ter idade para ter um filho de 15! O amigo, também na casa dos 30, um pouco menos que eu, deve sentir a mesma coisa, ou então nem percebeu nada, a não ser a breve nostalgia do encontro por acaso no meio do corredor. "Quanto tempo..."
O tempo é mágico. Lentamente somos esculpidos por ele e nem nos damos conta. E um belo dia, a gente cresce...
Um comentário:
Esses reencontros são engraçados... quer dizer, curiosos... a gente acaba ficando naquela situação esquisita de não saber o que fazer, ainda que nada do que a gente faça será trágico o suficiente para fazer valer esse tempão todo de reflexão... acho que todos nós já passamos por isso um dia na vida. Ou passaremos.
Alane.
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