Da série, no meu caminho para casa tinha um CD evangélico
Nada contra religiões, cada um segue aquela que quiser e bem entender, a que tiver mais relação com a sua forma de ver o mundo, a que for mais conveniente e tal. Religião, diz o ditado, "é igual a futebol, gosto e mulher", cada um tem o seu, - a sua no caso da mulher (se for uma mulher e não for lésbica, "o seu", já que ela deve ter um homem) - e não se discute. Até aí tudo bem, longe de mim querer ofender a religiosidade alheia, já disse em outras ocasiões, também queimo os meus incensos. Mas preciso mesmo ouvir um CD em que um suposto pastor evangélico (imaginem o efeito sonoro das moedas caindo no cofrinho), conta com riqueza de detalhes sórdidos, quanto mais sórdidos, mais fiéis - como ele se converteu de um ex-drogado, prostituído e quase bandido, em pilar da moral, dos bons costumes e da fé? Não, eu não preciso. Religião cada um tem a sua, portanto, que as experiências sinestésicas e anestésicas da prática de qualquer que seja ela, limite-se ao seu dono e praticante. Salvadores fones de ouvidos, bendita voz de Mike Stipes, abençoado CD do R.E.M tocando no mp3, divina capacidade de me desconectar do mundo. Não tenho a menor idéia de como o ex-junkie convertido, se converteu. Aos primeiros acordes da sua voz hipnótica, eu liguei o escudo anti-demência e pluguei os fones. E Deus estava de bom-humor e do meu lado, porque poucos minutos depois, eis que apontou o ônibus ali na esquina.
4 comentários:
Oi, Andreia. Eu não sei o que pior:esses caras se dizendo representantes de Cristo na terra, ou os políticos se dizendo nossos representantes nos parlamentos. de qualquer modo: vade retro, satanás.
sorte sua que o fã do pastor não tinha celular com viva-voz...
Sorte minha que existe música no mundo
Você tem razão Beto, entre políticos e religiosos, o páreo é duro.
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