Da série, crônicas do cotidiano
Enquanto a Daslu não chega a Salvador, as muriçocas comem minhas pernas. Como diria minha avó, desde criança tenho sangue doce para atrair mosquitos e pernilongos. Meu filho de 11 anos anda se divertindo contando mordidas, foram 45, só na perna direita, na última contagem. Spray mata-mosquito tem CFC e faz mal para a camada de ozônio, por isso, aderi à campanha alimente as muriçocas que fugiram do Horto Bela Vista, futuro endereço do luxo soteropolitano. O pior, em se tratando de muriçocas, nem são as marcas nas pernas e braços, centenas de pontinhos rubros que me deixam em eterno estado de sarampo sem febre, mas a cantoria no ouvido. Meu filho, futuro biólogo, explicou que muriçoca não canta, que o som que irrita meu sono vem das asas. Muriçocas não são fadas, mas suas asas cantam. São vampiras, porque bebem sangue, pequenas predadoras expulsas do paraíso das últimas matas do Cabula. Tudo para que Salvador tenha uma loja para deleite das peruas. Conclusão: literalmente dou meu sangue para que minha provinciana e amada capital hospede em seu ventre lusobantonagô uma filial da loja Daslu, que não pretendo freqüentar nem por curiosidade.
2 comentários:
Oh, Andreia,vamos torcer para que a loja da DASPU também chegue junto. Vamos incentivar a concorrência.
Com certeza Beto, a loja da Daspu vale conhecer e incentivar a concorrência...
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